Correndo a frente do sol
Viver é colecionar momentos. Juntar sensações, cheiros, gostos, amigos. É recordar cada minuto bom, guardá-los no relicário do coração. Hoje me peguei pensando nas férias que quero ter; Nesse pedaço de vida que desejo guardar.
Fecho os olhos e imagino uma curva de rio, um aroma fresco, o verde do capim molhado e a poeira que se levanta ao passar do ônibus. Sorrisos, muitos sorrisos de” bem vindos”. Uma cidadezinha qualquer, um mês qualquer. Amor, muito amor.
Chegar a tempo de ver o dia nascer, correr a frente do sol. Ouvir os pássaros, canto matinal, cheiro de leite morno saindo das casas, crianças correndo. Jogar as malas num canto qualquer e abrir as janelas. Escancarar as portas e janelas do coração, deixar a sorte entrar. Ser livre pra viver cada sensação que o dia nos reserva.
Ruas de paralelepípedo, calçadas que nos convidam a sentar. Pessoas no seu vai e vem, bichos, muitos deles. Flores, capim, frutas, brincadeiras. Paz!
Sentar na soleira da porta e se deixar levar pelo dançar das nuvens. Imaginar monstros, bruxas e fadas. Um conto em algum canto do céu. Quase um êxtase, um transe infantil. Infância, palavra viva, travessa, recheada de pequenos significados; Da minha, eu escolho memória. E é dessa memória que eu quero viver. Reviver. Eternizar momentos.
O cheiro que sai dos fogões a lenha desperta, faz algo se remexer. Pão de queijo, polenta, feijão quentinho. Comida de vó. Doces pra adoçar a alma. Alma minha, livre, feliz.
Banho de cachoeira, água fria escorrendo pelo corpo. Queixo batendo, cabelos molhados, pés enrugados. Sintonia com a natureza. E o céu, azul como ele só. Borboletas no jardim. Cachorros que latem, velhos que assoviam. Os sinos da Igreja tocam, anunciando o finzinho de tarde que vem vindo. E com ele, o vento gelado do verde que está em todo lugar. A noite se debruça no nosso quintal; É quase possível tocar a lua. Me sinto viva, capaz de colher estrelas. Um punhado delas. Guardarei seu brilho em meus olhos. Tic tac do relógio, vida que segue arrastada, passos lentos.
Vai, passa devagar, me leva... Quero ir com você.



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    Um emaranhado de pessoas, gestos, palavras, cheiros, sensações, lembranças e um toque de personalidade. Conheço meus limites e nem por isso me limito. Em eterna busca de mim... Será que um dia me encontro por ai? Sem querer rotular, já me rotulei...

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